Pacientes portadores de hanseníase no Brasil, segundo país no mundo com mais casos da doença, estão enfrentando a falta da medicação para o tratamento. Dezoito estados já registram escassez em seus estoques. O desabastecimento no país foi se agravando ao longo de 2020 depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS), responsável pelo fornecimento da medicação, emitiu um alerta relatando complicações na produção da poliquimioterapia (PQT), combinação de antibióticos utilizada no tratamento.
“Precisamos entender quais providências o Ministério da Saúde está tomando diante deste cenário atual, já que não temos perspectiva para a chegada de novas remessas da medicação ao país. Estamos em meio à pandemia da Covid-19, mas as outras doenças também precisam de acompanhamento. Os pacientes não podem interromper o tratamento, correndo risco de agravamento da doença”, destaca o deputado federal Franco Cartafina (PP/MG). Para isso, ele protocolou requerimento de informação ao órgão pedindo esclarecimentos.
Cartafina solicitou ao Ministério a apresentação de um planejamento para que não ocorra a interrupção no tratamento. “Em caso de desabastecimento total, também precisamos saber se existem medicamentos substitutivos e a possibilidade de serem produzidos no nosso país”, comenta. O requerimento ainda solicita informações sobre os quantitativos requisitados à OMS e distribuídos aos estados e municípios nos últimos dois anos.
Hanseníase– É uma doença infecciosa e contagiosa, que atinge os nervos e pode ter como consequência a diminuição da força muscular, a paralisia das mãos e dos pés, úlceras crônicas, cegueira, entre outras sequelas. Entre os sintomas estão o aparecimento de manchas na pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio), sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés, áreas com diminuição dos pelos e do suor, entre outros. O diagnóstico tardio ou o tratamento inadequado podem acarretar danos irreversíveis. Segundo a Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), o Brasil notifica cerca de 30 mil novos casos por ano da doença.