A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai entregar 20 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 por mês a partir de abril. A meta é produzir neste ano um total de 210,4 milhões de doses para o Sistema Único de Saúde (SUS), sendo 100,4 milhões ainda no primeiro semestre. Para o segundo semestre, a produção será toda nacional, sem a necessidade de importação do principal insumo, o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). Os dados foram repassados pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, na live organizada pelo deputado federal Franco Cartafina (PP/MG), nesta sexta-feira (26). “700 mil doses da vacina foram liberadas na tarde de hoje. Na semana que vem vamos liberar mais 2 milhões de doses, e a partir daí estamos aumentando a produção”, ressaltou.

Com mais de 1h30 de duração, a reunião virtual contou com a participação de prefeitos e secretários de saúde de 32 municípios das regiões do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas. O público acompanhou a transmissão pelas redes sociais do parlamentar. “Os gestores precisavam deste canal aberto para tirar dúvidas e levar os esclarecimentos necessários aos seus municípios. Tivemos uma excelente adesão, cumprindo o nosso papel de proporcionar o debate sobre esse tema tão urgente”, explica Cartafina. 

Nísia Trindade fez uma apresentação detalhada aos gestores sobre a vacina Oxford –AstraZeneca, produzida pela Fiocruz. Respondendo os questionamentos de alguns prefeitos, ela explicou que toda a produção da fundação é destinada ao Plano Nacional de Imunizações, descartando a venda direta para municípios e estados. De acordo com ela, existem laboratórios que estão fazendo essa venda a nível estadual ou municipal, mas não é o caso do AstraZeneca, que está tendo dificuldade de fazer a entrega aos países, inclusive na Europa. “Hoje não há vacinas no mundo para todos”, reforçou o coordenador de Relações Institucionais da Fiocruz, Valcler Rangel, que também participou da live juntamente com a diretora da fundação em Minas Gerais, Zélia Profeta. Em relação ao custo da imunização, o preço fica em torno de 5 dólares cada dose. Mas, segundo Trindade, tem vacinas sendo vendidas a 10 dólares ou mais.

A presidente da Fiocruz lembrou que a eficácia desta vacina é de 76% na primeira dose e de 82% na segunda dose. “Felizmente, as pesquisas que foram conduzidas para outras doenças, permitiram que tão rapidamente se chegassem a uma vacina. Ela é fundamental, precisamos mesmo ampliar e chegar a uma meta de 60% de pessoas protegidas”, comentou. Porém, segundo ela, para a situação que estamos vivendo hoje é preciso continuar estimulando a população a usar máscara e permanecer com as medidas de prevenção. “E mesmo as pessoas que se vacinarem, tem que continuar a usar máscara, já que a circulação não é eliminada e há possibilidade de transmissão”, completou.

O deputado Franco Cartafina avaliou que a live foi bastante esclarecedora. “É bom que os prefeitos estreitem esse laço. O papel dos gestores é de orientar a população e fazer o que os especialistas recomendam. Continuamos nesta luta incessante contra o coronavírus”, finalizou.